terça-feira, 16 de outubro de 2007

Época Romântica I

A época romântica da literatura portuguesa abrange aproximadamente os últimos três quartos do século XIX, considerando-se como seu marco inicial a publicação do poema «Camões», de Almeida Garrett, em 1825, e como marco final a publicação da revista Os Insubmissos, em 1889, ligada ao movimento simbolista. Dentro da designação genérica de Romantismo cabem vários movimentos e tendências artísticas. Em 1865, deu-se a Questão Coimbrã, que lançou a polémica declarada entre a literatura romântica instituída e o realismo. Em finais do século, tendências de origem europeia, como o decadentismo e o parnasianismo, influíram em graus diferentes na obra de alguns autores portugueses. No entanto, ao longo de todo este período manteve-se, de forma mais ou menos constante, um certo tipo de concepções estéticas e do papel do escritor, nas suas relações com a sociedade, que serão abaladas apenas com o simbolismo.
A designação de Romantismo para o movimento cultural que marcou a Europa no século XIX provém do termo «romântico», que, originalmente, em francês, se referia a certos poemas medievais narrativos. O termo passou a ser utilizado, já em inícios do século XIX, como oposto a clássico, portanto à arte que marcara, nas suas variantes, a Europa desde o Renascimento. O termo Romantismo encontra-se, assim, associado desde logo a uma característica marcante do movimento: a recuperação de tradições e elementos próprios da cultura medieval, que haviam sido postos de lado pela cultura clássica.

Nenhum comentário:

Google